Tantos cheiros, tantas
dores, tantos quereres. Tanto tempo, tanto. Tanto aquilo,
tanto isso. Tanto nada. Pouco de muita coisa. Somam-se a fim de, pura e
simplesmente, subtrairem-se. Subdividem-se na corja do necessário, do chucro.
Somam-se na eternidade do comum. E perdem-se. Resquício de gente que não foi
gente. Gente que não viveu. Gente que verdadeiramente morre enquanto vive. Um
dia a mais é, em verdade, um dia a menos. E eles mal percebem – deveriam ser tão
ansiosos por viver quanto eu sou por manchar esse papel com uma palavra
qualquer. Entretanto, anseiam enlouquecer a si mesmos, aos outros e perpetuar essa
loucura. Anseiam deformar-se mutuamente. Anseiam padecer e, um dia, morrer –
muito provavelmente culpando ao acaso. Pobres suicidas.
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