terça-feira, 19 de julho de 2011

Em ocasião talvez eu me submeteria à qualquer mandamento. A primeira palavra que chegasse aos meus ouvidos seria suficientemente válida a me preencher. Eu busquei incessantemente qualquer coisa que brotasse nesta infertilidade toda. Infertilidade total: pensamentos, ações, dizeres e sentidos. A coragem colocada à prova. A imensidão de fadigas acumuladas. O acúmulo de morais as quais, por fim, se resumem a nada. E ontem eu estive, mais uma vez, observando cores e diferentes jardins. Observando pessoas e suas faltas - principalmente a falta de vida. Tanta vida perdida, tanta vida desperdiçada, tanta vida que lhes faltam! O jardim com certeza tem mais vida. O jardim tem cores. Pessoas são palidamente cruéis e desformes. Não há tempo que desforme-as mais do que a elas mesmas. Por acreditarem cegamente no sentido acabam por perderem a direção. Questionam umas às outras onde está o porquê. Mas elas nunca mereceram saber e, muito embora vivam, não fazem parte da vida. Ao menos não como as flores dos jardins.

domingo, 3 de julho de 2011

Eu estive durante muito tempo me perguntando. Eu estive durante muito tempo avistando algo. Estive e, não por acaso, saberia que ainda hoje estou. Me faço todos os dias a mesma pergunta. Me descubro e rapidamente me cubro. A minha face que, à revelia, não poderia ser vista por ninguém. A minha deixa que ninguém mais poderia desvendar senão a minha magnetude que sequer entende porque tantas vezes agi da forma mais cruel, da forma que eu sabia que causaria dor. E muita dor. Porque dessas inúmeras vezes, nenhuma eu me assumi como pessoa, como pessoa vulnerável à quaisquer sentimentos e à quaisquer erros. Eu não admito pensar que, pelo menos uma vez, eu entrei em contradição com meus ideais. Eles me propuseram uma caverna cercada por vidros. Eu vejo o que há lá fora, entretanto ninguém pode me ver. E se fora um dia percebida, hoje minhas palavras já não são encaradas como antes. Isso tudo ficou tão insuportável. Eu preciso admitir que me voltei contra mim mesma porque não suporto mais pensar, agir, sentir ou tocar da maneira que venho fazendo há tanto. Eu preciso de alguma espécie de corda que me puxe para o lado de fora - para onde há a tão chamada luz. A condescência de cura. Curar a si mesmo.