domingo, 20 de maio de 2012

Cheguei aqui rastejando. Como rastejei. E como de praxe, ignorei todas as placas e sinais. Apenas coloquei a venda, limitei todos os meus sentidos. Essa droga depositada em meu sangue, corre e bombeia os meus pensamentos. E essa dose de consciência quase pesada, quase se deixando persuadir. E essa taça de ausência, condescência, inconveniência. Tudo ao meu corpo, porém alçança minha alma e meu espírito. Tudo o que lá fora vagueia, no externo de mim mesmo... Agora tão dentro, tão eu. Tão e somente, pura e simplesmente. É como um resumo: uma opinião mal fundamentada de um terceiro. A venda cai lentamente. Na verdade, o nó sempre esteve frouxo, a fim de que se desfizesse em um ato de desespero. Eu propositalmente escondi meus olhos na intenção de desvendá-los, mais tarde. Talvez esse fora o único momento em que estive em total sobriedade. E agora nem é tão tarde ainda... É tão cedo e já me rendi.

domingo, 13 de maio de 2012

Mas que vazio! Que medonha toda essa coisa. Faz até eco. Enche as paredes de vida - elas parecem ter alguma espécie de sensibilidade para saber tudo o que eu penso ou cogito. Mas que falta de razão! Nenhum raciocínio lógico se apresenta ou toca a campanhia. Não há um percurso, uma receita. Nada como a matemática... Dois mais dois são quatro.
Tenho tentado diferentes cores. Tenho sentido diferentes odores. Tenho avistado melhores paisagens que, de tão diferentes, não compõem retrato algum. Tenho tido devaneios em minha própria personalidade. Tenho tido carência, inconsciência. Tenho usado armas brutais contra a minha própria vivacidade. Tenho tido certo nojo e uma repugnância, certamente desnecessária, por tudo isso. Cheguei até aqui assim, desse jeitinho. Sorri de todas as formas - até do lado avesso. Costurei as roupas rasgadas e joguei fora as manchadas. Tenho estado cansada.