sábado, 26 de março de 2011

É o cansaço dessa minha redundância. Do anseio de ser eu e, respectivamente, ser alguém. Uma pré-destinação mal colocada. Por vezes eu volto ao mesmo lugar com o refúgio pensamento de que nunca deveria ter saído. Me asseguro... Dou o giro. Eu meço a prosa. O que contém não detém a fobia de não ser o que se espera que seja. Não falar o que se espera aos ouvidos. Não aceitar o que me foi entregue. Uma bordada ingratidão à qual eu pagaria o preço pela eternidade dos meus milésimos de vida, carregando o meu erro. Sendo obrigada a prosseguir. Vivendo sob a pressão à qual eu escolhi. Eu tomei. Eu me justifiquei - e não quis viver infeliz. Eu rejeito a minha arte porque ela me detém ao vazio. Eu rejeito a minha entrega às vistas do que eu pretendo traçar. Sabendo que a vingança é certamente o meu fracasso. Tratando do destino como um ser inanimado e, ao mesmo tempo, vivente. Capaz de me ordenar ao banco dos réis pela ingratidão que me degusta ao passo que vivo e deixo de ser.

sábado, 5 de março de 2011

Eu poderia estar suficientemente equivocada a ponto de perceber isso. Em geral minha própria consciência tomaria partido em despedaçar tudo. Em me fazer crer que esta é justamente a trilha a qual eu não deveria seguir. De que não há nada ao redor que possa me meter medo, porque até mesmo um graveto me faria tropeçar. Isso acontece constantemente porque ninguém o nota. Olha e não olha. Pega e não sente. Quebra... E, é claro, não se dá ao trabalho de consertar. O mais minúsculo de todos os seres deve ser temido. Eu perdi a arte de confiar - em qualquer coisa que seja, desde que habite o mesmo mundo que eu. Desde que esteja vulnerável a sofrer. Porque a tendência é seguir a regra à risca. A tendência é te fazer chorar também. Eu não percebia quão gigantesca era a persuação que impunha à mim mesma. Eu realmente me equivocava a cada passo que dava. E seguia com um sorriso no canto dos lábios como quem procurava - e encontrava - o final de um arco-íris.